O movimento libertador que irá deixar seu closet prático e funcional
SEM DIVISÃO
DELES PARA ELAS OU DELAS PARA ELES?
A moda continua sendo um dos meios mais expressivos e de maior impacto quando o assunto é identidade. O comportamento social, cada vez mais múltiplo e complexo, suscita uma busca constante por liberdade, aceitação, inclusão e respeito, norteando o caminho que a indústria fashion tem percorrido.
O ciclo rápido de tendências acaba gerando cansaço nos consumidores, que não conseguem acompanhar tanta informação num período tão curto de tempo.
O genderless vem ao encontro desta necessidade, uma vez que os estilistas podem criar peças mais elaboradas que abrangem todos os gêneros.
Outro fator crucial é a facilidade de compor o visual, devido à funcionalidade e conforto disponibilizados através do design inteligente e democrático das peças.
A onda andrógina ganha seu espaço, sendo contemplada pela indústria, que tem lançado produtos neutros que agradam a demanda pelo conforto, praticidade e originalidade.
O shape oversized com a silhueta fluida e na maior parte das vezes desconstruída é a principal característica, prezando sempre pelo bem estar.
Apesar das cores predominantes serem os tons neutros, existem os que defendem que o uso de cores vibrantes deve e precisa fazer parte deste universo.
REVOLUÇÃO
O flerte entre o guarda roupa dos gêneros teve seu auge com a Coco Chanel, na década de 20, que ousou ao adaptar a calça ao vestuário feminino, que tinha como característica principal a fluidez e a praticidade tão desejada.
Seguindo o mesmo caminho, Yves Saint Laurenttrouxe a austeridade do smoking masculino de maneira irreverente ao adaptá-lo para as mulheres, o que na época causou grande impacto e rejeição.
Hoje a peça se consagra como item audacioso no closet da mulher de atitude.
Vendo a necessidade de suprir a demanda, grandes maisons têm investido neste segmento, com ideais inovadores e parcerias de peso.
Jaden Smith, que brilhou na campanha da Louis Vuitton, e influencers que estão antenados nas macrotendências que refletem o comportamento do público free gender.
Grifes pioneiras, como a Ann Demeulemeester e Martin Margiela, trazem em seu DNA o mood minimal unido ao conceito de permissão de expressão.
Armani, Prada e Gucci também apostaram em campanhas trazendo o frescor delicado às passarelas com as saias, rendas e tules.
CENA BRASILEIRA
A moda No Gender ainda enfrenta barreiras quando o assunto é levar peças que culturalmente foram estabelecidas como parte exclusiva do homem ou da mulher.
Entretanto algumas roupas tidas como “para eles” são mais fáceis de serem inseridas nos visuais das mulheres.
A modelagem que não é pensada para um shape neutro é a grande dificuldade que as adeptas do estilo encontram na hora de se vestir. No Brasil a historia não é diferente. E muitas marcas nasceram a partir do conceito inovador, como a TRENDT.
Criada pelo estilista Renan Serrano que colocou em pauta o anticonsumo com sua coleção cápsula sustentável, modelagem única, sem estoque e confeccionadas com tecnologias inovadoras.
A Ocksa, Beira e a linha “Tanto Faz” da YouCom> são exemplos que buscam originalidade e estilo próprio.
A Korova, marca que ficou conhecida pela famosa calça saruel, ganhou bossa e um banho de personalidade que originou a linha unisex, entrando para o time da geração slash que não gostam de rótulos.
DESCOMPLIQUE
As camisetas feitas para homens são mais soltas e por isso podem virar um vestido incrível e quando combinada com tênis torna-se uma ótima produção para o dia a dia.
Se a ocasião for uma festa noturna ou balada se jogue com força na bota coturno. Atitude na medida certa.
Mocassins e oxfords são calçados que originalmente eram destinados aos homens e hoje são grandes clássicos do closet das mulheres.
Perfeitos para complementar composições do cotidiano ficam incríveis com jeans, blusa ampla e blazer moderno e casual.
Combine o blazer masculino com calça de corte reto e acrescente um toque de feminilidade finalizando o look com oxford envernizado. Acessórios minimal como choker e mix de anéis finalizam a produção. Se a barra da calça estiver comprida demais basta dobrá-la um pouco, um truque simples e certeiro.
Aposte na camisa social masculina aberta sobre o short jeans de cintura alta e a regatinha estampada. Dobre as mangas e complete com uma alpargata. Invista em acessórios como chapéus, colares, maxi brincos e prontinho!
Uma composição sem complicações e cheia de autenticidade.
O movimento traz a filosofia, criação, libertação e autoconhecimento, permitindo que o consumidor experimente novas ideias de consumo, bem diferentes das quais ele estava habituado até então.
REPRESENTATIVIDADE
Um dos pilares que sustentam o estilo genderless é a autonomia na hora de se vestir, e existe um time de personalidades que levantam essa bandeira quando vão compor suas produções.
Ellen Degeneres, apresentadora americana, desde sempre se vestiu com roupas tidas como masculinas, e consagrou-se como ícone da moda sem gênero.
Seus ternos, calças, camisas solta e seu estilo minimalista inspiram mulheres a saírem do padrão sem medo.
No Brasil, o ícone de maior visibilidade é Pedro Falcão, que polemizou no reality show Big Brother Brasil ao mostrar que seu guarda roupa também é comporto por saias e vestidos.
Ele afirma que um dos principais motivos de aderir ao lifestyle é a permissão conquistada, tornando-se referência para homens e mulheres que fogem das regras impostas pela sociedade.
E não para por aí! A web também tem figuras fortes e poderosas que são referências quando o assunto é usar peças neutras.
Christina Caradona e Brittenelle Fredericks são adeptas ao mood relax, provando que ser mulher é ir além e que o ato de vestir-se deve ser prazeroso e livre.
Quebra de padrões, bem estar e respeito são as características do estilo de vida que tem invadido a sociedade e promovendo aos poucos a renovação no modo de pensar e na maneira de se vestir. Um futuro de diversidade e liberdade para ser o que você desejar!
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Em colaboração com Lucas Machado, Júlia Pereira e Rebeca Chaves.
