Ela é um fenômeno – não somente na música
Uma das artistas mais produtivas e celebradas da sua geração, Taylor Swift coleciona prêmios musicais e já foi incluída, diversas vezes, na lista da revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. E, convenhamos, de influência ela entende: sua legião de fãs, conhecidos como “swifties“, já foram comparados à versão moderna da “beatlemania“.
Taylor é uma contadora de histórias contemporânea, e sua excelência em compor, produzir e gerenciar os alcances de sua música, lhe rendeu o título honorário de Doutora em Belas Artes pela Universidade de Nova York. Tá, mas o que isso significa? É simples: o reconhecimento pelo seu trabalho como artista de gravação, compositora e cantora, bem como sua influência na cultura popular. Interpretamos tudo isso como o seu poder de alcançar pessoas e tocá-las com a genuinidade de suas palavras.
Tantos prêmios e reconhecimentos são resultado de uma essência criativa que não se deixa corromper por tendências ou interferências que eventualmente surgem na vida de um artista desse porte, mas que são adaptadas e usadas como combustível para novas criações que resultam em histórias que, quando chegam aos ouvidos do público, incorporam-se às suas próprias verdades cotidianas e, por isso, conquistam uma audiência colossal.
Até o futebol já se beneficiou da popularidade de Taylor para ficar ainda mais famoso
A dimensão de sua influência rompe as barreiras da música: prova disso é o aumento nas vendas das camisas com o nome de seu namorado, o jogador de futebol americano Travis Kelce em 400%, acompanhado por um aumento de 63% na audiência dos jogos do seu time, o Kansas Chiefs. A artista alcançou o impossível e tornou o futebol ainda mais famoso após assumir o namoro com o jogador.
O Super Bowl de 2024, um dos eventos esportivos mais assistidos e populares do mundo, contou com a apresentação de Usher durante o show do intervalo, e olha só que curioso: o artista vestiu Off White e o número de pesquisas pela marca subiu 11%, enquanto o número de pesquisas pelo look de Taylor Swift e Travis Kelce subiu mais de 300% cada!
Nesta edição, em vez de usar roupas vermelhas dos Chiefs como fez nos jogos anteriores, Taylor vestiu um jeans preto da marca Area, com recortes de strass nas coxas, top espartilho preto da Dion Lee e botas pretas de salto, com atenção ao pingente usado no colar, com o número 87, em homenagem a Kelce.
Mas, e na moda: Taylor Swift é um ícone fashion?
Em termos de moda, não podemos afirmar que Taylor é um ícone, afinal, ela nunca se posicionou como uma artista fashionista, como é o caso de Rihanna, Beyoncé, Lady Gaga, entre outras. Mas, sem dúvidas, ser referência para os seus milhares de fãs a torna, sim, influente em relação ao seu estilo, às marcas que usa e às tendências que adere, pois acaba impactando um número realmente significativo de pessoas. Porém, a ousadia nunca foi uma de suas características mais fortes.
Em linhas gerais, Taylor Swift já transitou entre diferentes gêneros e sonoridades ao longo dos seus 18 anos de carreira, mas permaneceu fiel à sua essência, sempre entregando composições verdadeiras que se conectam com seu público justamente por suas palavras genuínas.
Na estética, de uma menina que usava os elementos country para se firmar, à ousadia dos códigos da cultura pop que a trouxeram mais imponência, a artista sempre teve o romantismo em seu DNA. Seja com botas western, ou com serpentes estampadas, Taylor Swift tem a expressão emocional, suas experiências, a subjetividade, a fantasia e o escapismo como fonte de criação que transcende suas músicas e reflete em seu estilo.
Taylor Swift “The Eras Tour“: as fases musicais da artista usam a moda para comunicar seus conceitos
O mais interessante no estilo de Taylor Swift é acompanhar suas diversas fases e perceber as mudanças simultâneas entre sua aparência e a letra de suas músicas que vão amadurecendo ao longo do tempo e relatando suas experiências em relação às autodescobertas, autoaceitação e, claro, aos seus relacionamentos, principalmente os amorosos.
A cantora é versátil, mas sempre esbanja autenticidade e consegue trazer sua identidade a todos os gêneros musicais que transita. No início, a sonoridade country refletia uma menina no início de sua adolescência, com visuais leves e românticos com códigos western, enquanto o início da vida adulta reflete as diversas questões amorosas e que a vida diante dos holofotes a colocou em ritmos pop com um toque a mais de ousadia, cores e brilhos. Hoje, na casa dos 30, Taylor aposta em um tom indie mais introspectivo e maduro, com estética aparentemente simples, mas complexa em significados e referências.
A moda tem papel fundamental para comunicar seu momento artístico e os conceitos de cada álbum. Acompanhe agora a carreira de Taylor Swift através de suas eras musicais e sua evolução de estilo em cada uma delas:
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Taylor Swift – 2006
Desde pequena, Taylor sonhava com a carreira de cantora, e já com 13 anos conseguiu fazer os pais perceberem sua persistência quanto ao seu sonho. Aos 16, ela estreia na música dentro do gênero country com seu primeiro álbum intitulado “Taylor Swift”.
Aliado às suas próprias características naturais mais delicadas, como os cabelos loiros e cacheados, ela inseriu ao seu estilo vestidos fluidos, assimétricos, românticos com babados e aderiu à bota western como uma de suas marcas registradas. O visual leve, ingênuo e com uma pegada camponesa, era de uma menina que estava entrando na adolescência e vai de encontro com as letras do álbum que foram escritas enquanto a cantora cursava o primeiro ano do Ensino Médio na escola.
Fearless – 2008
“It’s a love story, baby, just say yes”. Quem se lembra do hit que faz referência à Romeu e Julieta? “Love Story” foi um dos primeiros sucessos mundiais da cantora que, aos 18 anos, compôs o álbum country mais premiado da história. “Fearless” foi o responsável por levar a fama de Taylor mundo afora com seus primeiros hits internacionais e pela conquista de quatro Grammy Awards, incluindo a categoria de Álbum do Ano, a mais prestigiada a premiação, que a consagrou como a artista mais jovem da história a vencer o prêmio.
Nessa época, Taylor ainda inseria códigos western nas produções, mas de uma maneira mais glam, refletindo a evolução de sua carreira, que pedia um visual mais elaborado e, principalmente, representando a sua “era Julieta”, com muitos vestidos rodados com tule e aplicações de paetê. As botas também mantiveram seu protagonismo, mas seguiam outros estilos além do cowgirl. Em Red Carpets, o coque estilo princesa era sua escolha preferida.
Na turnê “The Eras Tour“, Roberto Cavalli é a marca escolhida para assinar os vestidos exclusivos usados na apresentação da Era “Fearless“.
Speak now – 2010
Foi nessa era que o batom vermelho, hoje marca registrada de Taylor, começou a aparecer como um elemento de estilo com certa repetição. “Speak now” foi o primeiro álbum da cantora a atingir a incrível marca de mais de um milhão de cópias vendidas durante a semana de lançamento.
“Essas músicas são feitas de palavras que eu não falei quando o momento estava bem na minha frente. Essas músicas são cartas abertas. Cada uma é escrita com uma pessoa específica na minha mente, contando a eles o que eu queria dizer pessoalmente”. As palavras de Taylor revelam o conceito do álbum, que a mostra mais corajosa através de seus recentes aprendizados e experiências.
O visual desta era foi representado por uma cartela de cores bem claras, abrangendo uma estética delicada, formada por tules, bordados e um perfume vintage – o que viria a ser sua marca registrada. As botas, usadas com frequência como um elemento de estilo, deram lugar aos saltos altos. A franjinha lateral deu lugar ao corte que cobre toda a testa, conferindo ainda mais romantismo à sua imagem.
Na turnê “The Eras“, o terceiro álbum de estúdio é retratado em tons de roxo e rosa numa vibe bem princesa. Taylor Swift usa um vestido de baile Zuhair Murad e outros looks assinados por Elie Saab e Nicole + Felicia.
Red – 2012
Segundo Taylor, “Red“, seu primeiro álbum com sonoridade predominantemente pop, tem este nome porque “quando você se apaixona, tudo acontece tão rápido e fica fora de controle e há um monte de sentimentos que se misturam, como paixão, alegria, ciúmes, frustração, falta de comunicação e várias outras emoções que, em sua mente, são todas da cor vermelha”.
“We Are Never Getting Back Together” e “I Know You Were Trouble” tornaram-se grandes sucessos da música pop e foram as primeiras faixas de Taylor a figurarem o topo da Hot 100, maior parada musical do mundo. O álbum foi o segundo disco da artista a ser indicado ao Álbum do Ano.
A cor vermelha não apenas nomeou o álbum como era onipresente em seus lábios: Taylor nunca era vista sem o batom vermelho, seja no dia a dia, nos shows ou nas premiações. Junto a ele, as roupas seguiam a estética dos anos 1950, com saias rodadas, cintura marcada e mocassim ,num estilo bem lady like. Os cabelos cacheados apareceram, pela primeira vez, lisos e com franja.
Nessa transição da era “Red” para a era “1989“, Taylor Swift passou a apostar em comprimentos míni e looks mais justinhos. A essência romântica se manteve, mas com um toque mais moderno e levemente ousado. Todos os visuais da era “Red” em “The Eras Tour” são coloridos pelo vermelho e assinados por Ashish – famoso por suas peças com lantejoulas.
1989 – 2014
Segundo Taylor, “1989” é seu primeiro álbum oficialmente pop e carrega mudanças no modo em que conta as suas histórias. O nome faz referência ao seu ano de nascimento e ao seu renascimento em outro gênero, sob outras influências.
É notável o afastamento dos trabalhos anteriores para suas novas referências do pop dos anos 1980. As letras, que contam com hits como “Bad Blood“, “Shake It Off” e “Blank Space” – o último, sendo o maior sucesso de sua carreira em termos de stream – mostram mais maturidade e um novo olhar sobre suas vivências, tanto em relação à autodescoberta e liberdade, quanto ao assédio da mídia e, claro, ao amor, que foi abordado com uma visão mais realista.
Para marcar o início da carreira pop da cantora, o visual carrega códigos da estética popstar, com um cabelo curtinho com franja lateral e um ar mais fresh, acompanhado de croppeds e roupas em comprimentos míni, muitas cores e peças mais ousadas com recortes estratégicos. As botas marcam seu comeback aos looks de Taylor, porém, em outra pegada, com canos curtos e salto alto, complementando a pitada mais sexy incorporada ao novo visual. Para representar a era do seu quinto álbum em “The Eras Tour“, Taylor veste Roberto Cavalli e Christian Louboutin.
Reputation – 2017
Após os ataques sofridos em 2016, Taylor passa quase um ano longe dos holofotes e apaga todos os conteúdos em suas redes sociais para apresentar sua nova era, “Reputation“, com composições que são verdadeiros desabafos sobre os acontecimentos dos últimos tempos e sobre sua reputação na mídia. “Não haverá mais explicação. Haverá apenas reputação“.
“I’m sorry, but the old Taylor can’t come to the phone right now… Why? Oh, ‘cause she’s dead“.
A estética dark “vingativa” é representada por cores escuras tanto nas makes quanto nos looks, como preto, vinho e dourado. A cobra, com significados subversivos, é um elemento que aparece com importância, além dos cabelos texturizados e mais rebeldes. Além disso, ela também passa a incorporar peças casuais com pegada mais street, como moletons e estampas militares.
Em “The Eras Tour“, a loira usa um macacão assimétrico preto com cobras vermelhas em pedraria, assinado por Roberto Cavalli, para representar sua era mais ousada.
Lover – 2019
Definido como “uma carta romântica para o amor”, a era “Lover” é colorida, cintilante e com sonoridades doces e divertidas. Se desvencilhando da era anterior, Taylor demonstra maturidade e honestidade na composição do sétimo álbum que fala sobre ser definido sobre as coisas que amamos, e não as que nos assombram.
A estética da era “Lover” tem uma extensa cartela de cores pasteis, estampas muitos vestidos fluidos, lantejoulas, paetês e brilho, muito brilho! Elementos como flores, gatos e arco-íris representam a essência sonhadora, divertida e doce de Taylor, e estão presentes em seu novo visual.
Taylor Swift abre o show da “The Eras Tour” com a era “Lover“, e conta com looks como um body cravejado de cristais e um blazer prata brilhoso assinados por Donatella Versace para mergulhar em sua fase leve, colorida e divertidamente romântica.
Folklore e Evermore (2020)
Com músicas e videoclipes que nos transportam para um mundo de fantasias, com raízes no estilo indie-folk, Taylor lançou, de surpresa, os álbuns-irmãos no ano da pandemia e contou em seu Instagram que compor foi sua forma de escapar para a fantasia, história e memória. A sonoridade evoca um toque nostálgico, conforto e escapismo, sentimentos que são um respiro em tempos difíceis.
A estética camponesa e bucólica é simples, fluida e retrô, com looks comfy, majoritariamente em tons neutros, compostos de rendas, tricô, sobretudo xadrez, suéteres, cardigans e makes e cabelos naturais. O visual reflete uma fase mais serena, madura e estável. Para o “The Eras Tour“, na era “Evermore“, o palco assume uma vibe florestal em tons terrosos com um look assinado por Marco de Vincenzo, da Etro, já na fase “Evermore“, a loira usa figurinos que traduzem sua vibe campestre criados por Alberta Ferretti.
Midnights – 2022
Taylor Swift anunciou o álbum “Midnights” durante o MTV Video Music Awards de 2022 e carrega faixas autobiográficas que falam sobre arrependimentos, autocríticas, fantasias, paixões e noites acordadas de forma confessional, porém enigmática, que fazem alusão à sua vida pessoal e pública.
A era atual traz uma cartela de cores em tons terrosos e modelagens mais simples, com uma estética vintage setentista, e em alguns momentos, brilhos e tons de roxo, rosa e azul numa vibe holográfica, que fazem – literalmente – referência aos sonhos. Nas aparições que fez em eventos e premiações, a artista aparece com peças glam, em uma cartela de cores que explora o azul escuro com aplicações brilhantes, remetendo ao céu estrelado de “Midnights“.
Para os palcos em “The Eras Tour“, a era “Midnights“, que fecha o espetáculo, apresenta Taylor Swift em um vestido largo, cravejado de cristais e um enorme casaco de pele lilás assinados por Oscar De La Renta. Além disso, ela também usa um conjunto brilhoso azul escuro com referências no estilo burlesco para performar “Vigilante Shit“. Para finalizar, a última música é “Karma“, onde Taylor usa um casaco arco-íris com franjas em camadas.
The Tortured Poets Department – 2024
Com previsão de lançamento em 19 de abril de 2024, “The Tortured Poets Department” será o 11º álbum de estúdio de Taylor Swift e é um produto das suas experiências mais intensas e libertadoras. A edição padrão do álbum conta com 16 faixas, incluindo colaborações com Post Malone e Florence + The Machine.
O que você espera dessa nova fase de Taylor e o que acha das anteriores? Estamos animados para os capítulos das próximas eras! Inspire-se em seu estilo romântico-retrô e encontre itens para complementar seu estilo no buscador da Paraíso Feminino. São diversas marcas e produtos disponíveis à sua escolha, confira!