Para descobrir as roupas que mais combinam com você, é preciso primeiro descobrir quem é você!
Com o assunto da quarentena em voga, muitas vezes não faz sentido falarmos sobre alguns assuntos ou sobre algumas tendências, já que a nossa realidade é ficar em casa por tempo indeterminado. Então, quanto mais conteúdo de autoconhecimento melhor, concorda?
Por isso, resolvemos mesclar nossas matérias entre informações do mundo da moda e datas comemorativas, na medida do possível, com conteúdos que apresentam ferramentas simples para que quando tudo voltar ao normal, você esteja com um estilo polido, autêntico e bem definido, para melhorar sua autoestima e autoconfiança.
Não sei se você sabe, mas moda é diferente de estilo: a moda abrange a atmosfera de uma época, ela não se trata somente de roupas, mas sim de comportamento, hábitos, acontecimentos, vontades, estéticas vigentes, política, economia, consumo, sustentabilidade e muito mais coisas.
E ela é traduzida – todo esse zeitgeist – para as criações das marcas e de estilistas, reforçando ainda mais a ideia de que nos tornamos mais autênticos quando nos vestimos daquilo que realmente acreditamos, e é justamente aí que entra o significado do estilo: trazer para nosso guarda-roupas e produções tudo aquilo o que somos, acreditamos, gostamos, fazemos, idealizamos e queremos ser. São esses aspectos que nos tornam empoderados de nós mesmos e, consequentemente, conscientes de nosso estilo.
E como descobrir meu estilo?
Gostaríamos de deixar claro que essa matéria não substitui o serviço de um personal stylist, mas pode ser um grande guia para que você conheça mais a si mesmo em relação à moda – e à vida, por que não? Então, sem mais explicações sobre o processo, vamos falar dele em si:
1. Olhe para si e todas as suas extensões – inclusive seu guarda-roupas
Pense nas coisas que você faz, que você gosta e que você gostaria de ser/fazer. A sua profissão é algo muito influente no seu estilo – ou não, mas depende da maneira que você a interpreta: pode ser uma advogada que usa roupas mais clássicas e austeras no dia a dia de trabalho, e na casualidade gostar de algo mais leve e fluido com toques criativos, mas ainda assim, acreditamos que por gostar de um lado mais liberto da moda, você também carregue essa essência na sua profissão.
Os lugares que frequenta aos finais de semana, como bares, restaurantes, museus, livrarias, shoppings ou cinemas também são capazes de ser um fragmento de sua personalidade. Os lugares que já viajou ou que pretende viajar. As séries, filmes, livros, músicas e todos os tipos de arte que gosta e acompanha fazem parte de sua essência e revelam o seu lado mais autêntico. Seus sonhos também podem ser grandes inspirações para serem traduzidos em roupas, calçados e acessórios.
Sugerimos que você anote seus aspectos internos da melhor maneira que encontrar – pode até mesmo fazer um mapa mental. Isto leva um tempo, não adianta querer fazer o exercício em poucas horas, claro que o ritmo de cada um é muito relativo, mas geralmente todas as informações que precisamos não ficam pairando sobre nossa cabeça 24 horas por dia, então, permita-se lembrar um pouco a cada dia e ter em mãos um caderninho para não esquecer de nada.
Após olhar para dentro, chegou a hora de olhar para fora, mais especificamente para seu closet: o que ali dentro te agrada muito? O que você não usa há tempos? – ou nunca usou – O que precisa de conserto mas você ainda ama? O que está ali, mas já não tem mais nada a ver com a pessoa que você é hoje? Estas são questões importantes para perguntar a si mesma e perceber que seu guarda-roupas precisa estar alinhado com tudo o que você é por dentro.
2. Analise sua rotina e seus hábitos cotidianos
Querendo ou não, é fato que as roupas que mais usamos são as de ir ao trabalho. Então, identifique as “exigências” ou falta delas em seu ambiente profissional e adeque seus gostos e hábitos a eles da melhor maneira que encontrar. Os ambientes que frequenta nos momentos de lazer também são essenciais para escolher as roupas que devem ou não ficar no armário.
E na hora de comprar, procure não adquirir peças do tipo “para quando eu emagrecer”, ou roupas glam, que não fazem parte do seu estilo ou do seu cotidiano “para alguma festa que surgir” ou para situações futuras em geral que servem apenas de “desculpa” para comprar algo sem real necessidade.
Provavelmente itens assim ficarão parados no closet até você resolver vendê-los ou doá-los. E lembre-se: o dinheiro foi gasto sem necessidade e a energia parada no armário precisa circular.
3. Quais são suas aspirações e como quer ser visto – ou, como quer que sua essência seja exposta ao mundo
Trazemos uma notícia animadora: o seu estilo e suas roupas podem ser a materialização de uma aspiração ou desejo pessoal. Explicamos: quando queremos descobrir nosso estilo e desvendar uma nova maneira de nos mostrarmos ao mundo, é porque estamos experimentando um sentimento muito maior por dentro, uma ânsia em se autoconhecer, e as roupas podem ser a ferramenta motivadora, o empurrãozinho inicial que faltava para você mergulhar em seu interior ou descobrir coisas novas a seu respeito.
O fato de algumas pessoas “não estarem nem aí” com as roupas que vestem ou para a moda em si, também quer dizer muito sobre sua personalidade, e se engana quem pensa que estas pessoas não têm estilo: esta é uma maneira muito interessante de expressar sua personalidade.
Tente usar a moda e seu estilo além da expressão, use-os como uma ferramenta para começar coisas ou mudar comportamentos que sempre desejou.
4. Separe papel e caneta
O ideal é que você dedique um caderninho de anotações apenas para estes exercícios: anote todas as observações que achar relevante, faça um brainstorming que mescle sentimentos, aspirações, desejos, coisas que gosta e reserve – e leve o tempo que julgar necessário.
5. Mãos à obra: vamos ao moodboard!
Uma das partes mais prazerosas, inspiradoras e artísticas é a elaboração do moodboard, que nada mais é do que um painel semântico onde colocaremos em forma de imagens bem expressivas tudo o que já avaliamos sobre nós mesmos para termos referências visuais sobre quem somos de modo que todos esses insights sejam traduzidos para a linguagem da moda.
Separe revistas ou imprima imagens para colocar em um mural de tamanho A1 ou A2. Nele, você pode colocar imagens de looks que gosta, formas, cores, composições, acessórios e demais itens que não tenham necessariamente a ver com moda, mas que fazem sentido para você ou para o seu mural.
6. Cartela de cores
Como eu já disse anteriormente: nenhum exercício informal substitui a prestação de serviços de um profissional da área de moda, então, se você quer descobrir qual a cartela de cores que mais ressalta suas qualidades, sugerimos que procure uma consultora de estilo que trabalhe com coloração pessoal!
Avisos dados, agora pare e perceba quais as cores predominantes do seu moodboard: geralmente fazemos escolhas inconscientes de tonalidades que nos agradam, e muito provavelmente elas farão algum sentido para você, ou você não escolheria um look roxo se odeia a cor, entende? Partindo desse princípio, extraia as cores do painel semântico e tente levá-las para seu estilo.
7. Silhuetas
Ainda não falamos de silhuetas por aqui, mas existe um motivo: todas bem sabem que existem alguns biotipos quando falamos de consultoria de imagem, como o ampulheta, o triângulo, triângulo invertido, retangular ou oval, mas pensamos que este é um assunto que deve ser explorado depois que tivermos conhecimentos mais profundos sobre quem somos e do que gostamos, já que informações como estas podem limitar nosso pensamento.
Então, neste tópico nós voltaremos novamente ao moodboard e perceberemos as silhuetas que apareceram com mais frequência, independente de nosso estilo: peças mais estruturadas com ombros pronunciados ou mais fluidas e leves. Com isso, volte ao seu armário e dê uma conferida para ver se o que você gosta e quer já está sendo colocado em prática ou não.
8. Volte ao guarda-roupas
Bem, como dissemos, este não é um processo rápido, exige tempo, paciência e muita meditação, reflexão ou o nome que preferir dar para se referir à busca de respostas e inspirações que vem de dentro. Com isso em mente, volte ao seu closet e dê mais uma conferida: após colocar as atividades sugeridas em prática, você vai perceber que seu olhar terá mudado e estará mais refinado – e como o estilo é uma busca constante, assim como as questões da vida, ele será orgânico e estará sempre em movimento, sempre se inovando.
9. Dê às roupas o destino certo!
Com certeza algumas peças não se encaixam mais no seu armário: ou elas nunca foram usadas, ou estão pequenas, grandes… enfim, independente do motivo pelo qual ela disse adeus (ou até logo) para seu closet, elas precisam de um final digno, afinal, em algum momento elas te fizeram feliz!
Separe em sacolas ou pilhas com os seguintes destinos:
- Roupas para doação – aquelas que estão em bom estado e você sentiu que alguém pode dar à ela uma nova história;
- Roupas para reciclagem – procure saber se em sua região existe alguma espécie de banco de tecidos ou marcas que trabalhem com upcycling para doar peças que não podem ser passadas para a frente;
- Roupas para venda – peças, calçados ou acessórios que você usou poucas vezes ou que já usou muito, mas ainda se encontra em bom estado. Tire boas fotos e publique em suas redes sociais ou utilize plataformas como o Enjoei!;
- Roupas para conserto – muitas vezes deixamos de usar peças que amamos por um rasgo, porque caiu alguma pedra do bordado ou coisas assim: com o crescimento da consciência em relação ao consumo, é interessante procurar por empresas ou costureiras que trabalham com consertos ou upcycling para dar cara nova e exclusividade à uma peça que não tinha potencial algum até então;
Aliás, falando em upcycling e reformas, o que você acha de fazermos uma postagem somente sobre esse assunto, com dicas e inspirações do que fazer com peças que estariam destinadas à inutilização?
10. Hora da arrumação!
Durante processos de descobertas e reconhecimentos nossa vida costuma ficar um tanto quanto caótica: e assim vai acontecer com nosso closet também! Então, ao final do processo, separe as roupas, calçados e acessórios e procure os locais mais adequados para guardá-los de maneira prática para o dia a dia.
Separe os itens por estação, cor, tecido, eventos (as de trabalho e do cotidiano mais acessíveis e as de festa ou mais pesadas em locais que poupam espaço) e procure por um padrão que mais facilite sua vida e que te permita ver tudo o que tem e todas as possibilidades de combinações. Muitas vezes deixamos de usar peças incríveis porque elas ficam guardadas lá no fundo do armário e acabamos esquecendo de sua existência!
11. Aproveite!
Na quarentena ou não, aproveite seu novo armário – com as peças que você já tinha – e arrisque novas combinações. Caso esteja fazendo home office e fizer sentido para você, experimente coordenar peças e acessórios que antes eram inimagináveis e teste os looks sem medo!
Conte com o Paraíso Feminino
Continue nos acompanhando por aqui, pois falaremos sobre as principais características dos sete estilos universais para que você possa fazer um checklist e ver com quais você se identifica mais, sempre respeitando suas particularidades! E para o que precisar, busque em nossa plataforma!