O Paraíso Feminino está de volta e já chegou trazendo uma polêmica impossível de não estar nas pautas atuais. Vamos compreender (se é) a tal Trend do momento?
Sim! Viemos falar do assunto mais hypado da semana: O tal Chico traiu Luísa. E precisamos falar sobre isso.
Sabemos que o foco desse blog é destacar as tendências do momento. Porém, não podemos deixar de reparar que um certo padrão vem se repetindo e atingindo as mulheres, que ora ditam moda, e por vez têm sido alvo de casos de infidelidade exposta e escancarada na internet. Bem como mostram Chico Moedas, Neymar Jr, Arthur Aguiar, Mc Cabelinho, Piqué, Rodrigo Godoy e por aí vai…
Nosso caso em questão foi exposto em rede nacional na manhã desta quarta-feira, 20, pela própria vítima. Luísa é bem clara em suas palavras: “Hoje eu me protejo, não vou te proteger, mesmo que eu queira, porque você naquela noite naquele bar não me protegeu, mesmo que eu quisesse”. Afinal, ela sabe bem o peso que a internet tem, ela sabe na carne como o poder do cancelamento é cruel. Mas ela não podia repetir o mesmo erro, assim como foi com o humorista Whinderson Nunes. Se tem alguém que sabe qual é o poder que a falsa ideia de que a internet é terra de ninguém tem, esse alguém é ela. Obviamente ela não queria isso para ele.
Mas foi mais forte. Era ela ou ele. Porque sabemos bem: hoje em dia tem sempre um culpado. Esse peso cai sempre nas mulheres. Ela queria proteger, mas não foi protegida. Custava esperar passar o Boom da música, Chico? Custava ter sido um pouco mais cuidadoso? Se fosse fazer, que fizesse direito, pelo menos!
Mas é homem, né! Certamente o perdão nasce junto:
“Eles acreditam que somos burras, frágeis, fáceis de convencer, de manipular, que o mundo é deles e eles podem tudo.
Que nada é grave. Que sabe como é, o homem é assim.”
Até quando estará na moda ter os sentimentos invalidados? Até quando vestiremos a look “manipuláveis” e aplaudiremos quando a banalização da traição de um pacto desfilar na passarela? Aliás, quando ser fiel de verdade vai ser A trend do momento? Estamos sedentos por ela.
Recentemente, em uma entrevista ao Extra, a atriz Deborah Secco revelou: “Acho que os casamentos são quase sempre “abertos” para o lado dos homens, sem que as mulheres saibam… Não gostaria de viver isso, então, é abrir para os dois lados para todo mundo ser feliz.”
E por falar nisso…
E agora vamos entrar em uma nova tendência polêmica: não-monogamia.
É inevitável também perceber que este é um assunto que está cada vez mais em alta. E cada vez mais é pauta para conteúdos de traição e fidelidade. Será realmente uma tendência para os relacionamentos ou somente um escape para – enfim – trair com (mais) liberdade? Será uma Trend genuína acompanhando a modernidade ou somente uma ato de aceitação para as quebras de combinados que existem desde que o mundo é mundo?
De acordo com uma pesquisa feita pelo O Globo, esta é a pergunta mais repetida sobre o termo no Google no Brasil nos últimos 12 meses: O que é a não-monogamia? De fato, o levantamento, realizado pelo Google Trends, mostra que o Brasil é o terceiro país do mundo com mais interesse de busca por não-monogamia e fica atrás apenas da Austrália e do Canadá.
As pesquisas pelo assunto no Brasil quadruplicaram nos últimos dois anos, com um crescimento de 280%. As principais perguntas sobre o tema, nos últimos 12 meses, são:
- O que é não-monogamia?
- Como saber se sou não-monogamia?
- O que é pansexual não-monogâmica?
- O que é monogamia e não-monogamia?
- Como aceitar um relacionamento não-monogâmico?
A professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Juliana Braz Dias define a monogamia, que envolve duas pessoas, como apenas mais uma forma de arranjo conjugal.
“A prevalência da monogamia em nossa sociedade, e no mundo ocidental de modo geral, está vinculada a vários aspectos da nossa herança cultural, reproduzidos ao longo de séculos, como os valores propagados pelo cristianismo, a noção de amor romântico e nossa forma de regulamentar a transmissão de bens.”
diz a antropóloga.
Deborah também ditou peças ícones em suas personagens, já teve Buzz cancelando look como comentarista de jogo da última Copa do Mundo, já falou de sexualidade livre. Mas só teve esses holofotes todos quando assumiu suas traições e “defendeu” o casamento livre e conversado.
Qual papel exercemos?
Em primeiro lugar, sendo fundamentado ou não, não podemos ignorar o aumento destes padrões de comportamento, em sua massacrante maioria vindo de homens. Que, por sua vez, sem dúvida, não sofrem nem metade do ódio propagado nas redes sociais quando comparado à uma possível especulação, como foi no caso da Luísa com o Whinderson, seu ex-marido. É o machismo enraizado que desfila ainda. Diariamente.
Antes de rimos das paródias contrárias ao romantismo da versão original da música que foi primeiro lugar do ranking Brasil no Spotify, devemos nos posicionar nessas histórias todas e identificar qual posição ocupamos na popularização da Trend viral do momento. Afinal… sim! Somos nós quem aceitamos e espalhamos as tendências por aí. Se nao aderirmos, não vira tendência. Para ganhar força, ela precisa de nós, todos. Mesmo que em um lugar mínimo, fazemos parte de toda uma cadeia.
E por falar em cadeia, bem que a mídia podia parar de dar palco para homens infiéis, né? Isso só corrobora com a infantilização e a não responsabilização por seus erros. Não estamos aqui para catapultar a fama de homens sem caráter em cima de nosso sofrimento. Deveria existir uma ética a ser seguida pela mídia (sensacionalista): Traiu a mulher, vai ser esquecido. Como punição mesmo, para que sirva de aprendizado: Não toleramos isso! Está errado! Vai pagar! É o mínimo…
Nossa dor não pode e não deve ser deslegitimada e relativizada, ela precisa ser respeitada e levada a outro patamar de respeito. E não estamos falando (ainda) de empatia ou sororidade. Nossos cliques têm peso e responsabilidade e em qualquer dashboard back-end de rede social pronto e automático é possível verificar o que dá mais audiência. Por isso é tão importante sabermos qual postura adotamos perante a cada Trend. Adotamos ou não?
Não vamos cair na tentação de julgar a Luísa ou culpá-la sozinha pela exposição explosiva do Chico. Ele aceitou, ele quis e nós sabemos disso, não foi ela que falou. Não podemos perpetuar o look de crianças em homens. Eles sabem o que vestem, o que compram e o que aceitam. Todo relacionamento é conversado e baseado em combinados, não somente o da Deborah. Luísa não foi emocionada, ela só amou demais. Ela acreditou e foi fiel. Que levante a bandeira quem nunca foi Luísa… Quem nunca foi reticente ao tênis hypado e depois estava entregue e procurando horrores seu número esgotado na internet? Quem nunca julgou que o jeans das Kardashians iria se manter em alta por duas temporadas e o TikTok veio com outra onda e nem meia ele durou?
O Look da Trend
Luísa cantou para uma multidão de 100 mil pessoas em sua apresentação no festival The Town que ocorreu em São Paulo no início do mês. Com calça oversized estonada e cintura baixa, fazendo jus ao seu famoso toque mais “rebelde”, em contraste com a blusinha branca romantic vibes, com direito a laço frontal e babado em Laise. Ultimamente tinha mudado o tom do cabelo e sobrancelhas de platinado para um tom menos chocante e mais natural. Mas nada disso teve tanto impacto quanto o ápice de sua apresentação dissertando a obra “Chico” olhando nos olhos do então namorado a música super em alta. E mesmo assim o cidadão teve coragem de traí-la em um banheiro de bar. Com a melodia ainda no auge e a letra na boca do povo.
Reprodução/Pinterest
Segundo o site Digitale Têxtil, uma das definições de tendência é “orientação comum em determinada categoria ou grupo de pessoas”. As tendências da moda não se criam sozinhas, o que significa que elas se originam das macrotendências de comportamento e de consumo, que são observadas a nível global. Leva-se em consideração com quais são os movimentos e assuntos que estão influenciando a sociedade no momento, seja de forma cultural ou econômica.
Para a definição das macrotendências, diversos profissionais, como sociólogos, psicólogos, economistas e cientistas, analisam minuciosamente o que está acontecendo na sociedade atual para, então, fazerem suas previsões. Dessa forma, conseguem entender quais comportamentos podem ser esperados das pessoas e dos grupos de acordo com o contexto em que estão vivendo.
Inegavelmente a imagem que a mídia cria, como uma celebridade (ou até mesmo sub), é uma das armas mais fortes que se usa (intencionalmente ou não) para moldar nossas opiniões e afetar diretamente o que compramos e como nos vestimos. Então, e por que não na forma como nos comportamos? Afinal, o poder de influência das pessoas que acompanhamos nas redes é inquestionável. Inegavelmente, seja na blusinha ou na maneira em que se relaciona.
Qual é a tendência que queremos para as próximas gerações? Qual é a nossa responsabilidade para que um padrão fique em alta? Essa é a Trend que queremos instigar?
Assim, na despedida de hoje, não iremos sugerir nenhuma peça para compor o look e sim um chamado de compromisso.
Fica a reflexão!
Até mais!